Lances, sons e emoções

O esporte, principalmente o futebol no meu caso, tem uma capacidade impressionante de ligar lances e sons a sentimentos e emoções que até hoje tem a capacidade de deixar qualquer um arrepiado.

Hoje 1° de Setembro é o dia do aniversário do Corinthians, são 108 anos de histórias, estórias, títulos (muitos) e decepções (dolorosas), e independentemente do momento de mediocridade que o time e diretoria passam, o arrepio e o amor se resumem na frase sempre cantada nos estádios: Eu nunca vou te abandonar, porque eu te amo.

Esse sentimento que permeia o Corinthians e sua torcida faz com que o alvinegro paulistano seja, talvez, o time mais amado e, concomitantemente, odiado do Brasil. Quem é corinthiano sabe que lances, sons, sentimentos e emoções são amplificados quando o assunto é o time do coração. Quem não é corinthiano costuma me dizer que “todo corinthiano é fanático”, eu sempre retruco “se não for fanático, não é corintiano”.

Qualquer corinthiano sabe de lendas que não pôde compartilhar ou assistir, como Neco, Tuffy, Grané e lances como o de Luisinho o “Pequeno Polegar” que sentou na bola ao desconsertar um zagueiro palmeirense com um drible.

Outros lances não testemunhamos em vida, mas vemos e revemos graças às câmeras que puderam registrar a emoção de Basílio e outros 120 mil corinthianos que abarrotavam o  Salão de Festas da Vila Sônia em 1977, ou quando mais de 70 mil loucos invadiram o Maracanã e o Rio de Janeiro em 1976.

Dos tios e amigos, histórias sobre a democracia, Sócrates, Zé Maria e Wladmir se multiplicaram, assim como o significado do Corinthians para a sociedade da época.

Diferentemente de gerações anteriores, que mesmo com craques como Rivellino, sofreram nas mãos (ou seriam nos pés?!) de Pelé e Ademir Da Guia, eu tive sorte, a partir da década de 90 o Corinthians emendou décadas de sucesso, embalado pela raça de Neto, pela categoria de Marcelinho, pelo talento de craques internacionais como Tevez e Ronaldo e pela engenhosidade de Tite. Sem esquecer que nesse meio tempo chegamos ao fundo do poço, mas logo voltamos ao nosso lugar de destaque.

Pelo rádio ouvi os gols de Neto, sua comemoração com a torcida e me tornei corinthiano. Marcelinho, o maior que vi com a camisa do Corinthians, fazia chover, um meia com mais de 200 gols, não há mais o que dizer. Junto com ele, a geração mais qualificada a envergar o manto: Dida, Gamarra, Sylvinho, Kleber Rincón, Vampeta, Edu, Ricardinho, Edilson e Luizão, foram alguns dos que compartilharam este momento de belo futebol e títulos.

Nos estádios vi Tevez, Ronaldo e os times de Tite de perto, comemorei e compartilhei o sentimento que nossos avós, tios e milhões de outros também tiveram: era como se eu estivesse com Neco, Tuffy, Grané, Teleco, Gylmar, Luizinho, Claudio, Baltazar, Rivellino, Basílio, Zé Maria, Sócrates, Wladmir e Casagrande.

Era assim e continua sendo: somos milhões com memórias ligadas a lances, sons, sentimentos e emoções que voltam à flor da pele a cada narração, foto, ou replay histórico que vemos do Corinthians. Feliz aniversário meu Timão!

 

Vai minha escalação de melhor Corinthians de todos os tempos, com seus reservas em parênteses

 

1 – Dida (Ronaldo)

2 – Zé Maria (Idário)

3 – Grané (Chicão)

4 – Gamarra (Del Debbio)

6 – Wladmir (Kleber)

5 –Rincón (Basílio)

8- Sócrates (Paulinho)

10 – Rivellino (Luisinho)

11 – Neto (Claudio)

7 – Marcelinho (Tevez)

9 – Ronaldo (Teleco)

 

Tec. – Tite (Oswaldo Brandão)

O que você acha? deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *