Edson Lau apresenta a Curitiba invisível das favelas

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Curitiba Invisível – Favelas

Com o objetivo de trazer à tona problemas da cidade que não têm recebido a atenção devida do poder público, o presidente municipal do PSDB e pré-candidato a prefeito de Curitiba, Edson Lau, lançou na última terça-feira (23) uma campanha para mostrar a “Curitiba Invisível”.  A ideia é propor um debate sobre as mais diversas desigualdades existentes na capital através de uma série de lives transmitidas em sua rede social. 

“Sem desmerecer o que é bom e está funcionando, as pessoas conhecem a nossa cidade pela beleza dos pontos turísticos, como ela é arrumada e recebe bem nossos visitantes. Mas muitas vezes as pessoas não entendem e não enxergam as diversas desigualdades de Curitiba tanto nas periferias quanto nas regiões centrais”, afirmou na esteira da série.

A primeira live discutiu as “Favelas de Curitiba” e contou com a participação do presidente da Central Única das Favelas do Paraná (CUFA-PR), José A. Campos Jardim (Zé da Cufa) e do ex-vereador, Edson do Parolin, uma das lideranças comunitárias mais atuantes do Brasil.

Lau destacou no debate que a maioria das pessoas sabem apenas os problemas das comunidades e favelas, mas que para enxergar essa “Curitiba Invisível” é importante também entender as potencialidades, o capital humano e possibilidades encontradas nesses locais. Ele defende que é preciso dar voz a quem tem o lugar de fala e que a sociedade precisa ouvir quem é da favela para conhecer, de fato, a realidade e entender de verdade as falhas carências e o que dá certo para fazer da cidade um lugar com oportunidades para todos.

“A favela é muito mais do que construir uma casa, é muito mais do que ter um barracão cultural ou de esporte, do que o curso de capacitação e empreendedorismo. A favela é a sociedade, é parte da cidade, dessa capital invejada por tantas outras cidades, do transporte urbano modelo. Enquanto as pessoas e o Poder Público não entenderem que essa parte também precisa de atenção maior do que determinados territórios, as favelas vão continuar sendo invisíveis e dependentes de ações sociais e do próprio governo”, disse o presidente da CUFA, Zé da Cufa.

O líder comunitário exemplifica: “Existem várias empresas ao redor da favela do Parolin, mas não contratam as pessoas que moram na comunidade por preconceito ou porque falta mão de obra qualificada e o povo sem qualificação fica dependendo do governo, de Bolsa Família e não anda pra frente”, disse.

De acordo com ele, essa é a maior dificuldade de quem mora nas comunidades. “Muitas vezes os projetos que chegam nas favelas vêm prontos, de fora pra dentro e não de dentro pra fora, por isso não funcionam. Antes de fazer um projeto é preciso conhecer as comunidades, entrar nelas sem pré-conceitos e entender suas reais necessidades, falta qualificação de mão de obra e não máquina de costura, por exemplo”, disse.

Para  Zé da Cufa é necessário discutir as ações nesses territórios. “Precisamos construir pontes e derrubar muros. Gerar a sensibilização de contribuição, enxergar as potencialidades e discutir com essas pessoas que vivem nesses locais como podemos avançar e contribuir juntos, tanto como poder público como nós como sociedade”, afirmou.

Lau conta que essa é a ideia do projeto “Curitiba Invisível”, trazer a tona debates normalmente esquecidos pelas pessoas e como é importante mostrar a potência que são as favelas curitibanas. Ele destaca a importância da sociedade e do Poder Público atuarem proporcionando melhorias, construindo oportunidades. “Quando o Estado não entra na favela com políticas públicas de saúde, educação, e qualificação profissional, ele entra com a polícia. Temos que inverter essa lógica”.

A gravação da live e tudo o que foi discutido em uma hora e meia de debate está disponível na Rede Social de Edson Lau (https://www.facebook.com/EdsonLauOficial ).

DADOS – De acordo com o último Censo (2010) feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE), Curitiba tem 223 comunidades onde residem 162.679 pessoas divididos em 46.806 moradias, ou seja, 3,5 pessoas por residência. Sendo, 82.368 mulheres para 80.311 homens.

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