O democrata Mark Lilla busca entender o processo político-eleitoral norte-americano pós-Trump de maneira única, sincera e, muitas vezes, ácida com o próprio partido e correligionários.
Paralelos ao Brasil pós-2018 podem ser traçados, mas como jaboticaba que nossa política é, não podemos simplesmente transferir modelos, observações e resultados de maneira simplista e tosca.
Ressalto sua crítica ao individualismo, seja através do culto às liberardes ou por meio da exacerbação da política identitária.
Afirmo que tensão que a sociedade brasileira está submetida, talvez se dê pela incompletude dos ideais propugnados pela Revolução Francesa: LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE (solidariedade no livro de Lilla).
Uns falam sobre liberdade, outros sobre igualdade, mas afirmo sem vacilação ou muitos devaneios retóricos: liberdade e igualdade só terão sentido pleno se pudermos construir uma sociedade fraterna/solidária. Convenhamos: não é isso que acontece em nosso país.
O exercício da cidadania no Brasil é capenga, enquanto não formos capazes de compreendê-lo e praticá-lo, nosso país dificilmente sairá da tensão dicotômica, que divide o país, a política, as famílias e os amigos.