Tá ok?

O capitão assumiu o posto mais alto do Poder Executivo em meio a uma onda de otimismo, o mercado estava animado, a classe política deslumbrada com sua popularidade e a imprensa, antes refratária, parecia dar trégua.

As escolhas de Paulo Guedes para comandar a economia, dos militares de alta patente para cargos estratégicos do governo e Sérgio Moro, com sua alta popularidade, na justiça e segurança pública, pareciam ser o sustentáculo do governo que iria mudar tudo isso aí.

Contudo, a capacidade autodestrutiva, a falta de noção e a inaptidão daquele que hora ocupa o Palácio da Alvorada, desembocam em uma verborragia que ao invés de unir, separa, ao invés de impulsionar o Brasil, paralisa a economia e por fim tira do presidente a responsabilidade que de fato tem.

Bolsonaro não governa, tweeta. Bolsonaro não lidera, tromba. Bolsonaro não assume erros, diz que é perseguição. Bolsonaro não dialoga, atropela. Bolsonaro não controla a irresponsabilidade e o poder tomado por seus filhos. Em suma, parece que o Brasil tem na Presidência da República um homem despreparado para a missão.

Não sou da turma do “quanto pior melhor”, torço de coração para que o governo dê certo. Temos mais de 11 milhões de desempregados, pessoas que todos os dias sofrem com a falta de serviços públicos decentes e uma economia que terá, nesta década, o pior desempenho da história.

Além de torcer, vou além, quero dar aqui uns pitacos para resolver alguns dos inúmeros problemas que herdou e/ou criou: Bolsonaro terá que governar, liderar, assumir erros, dialogar e controlar a irresponsabilidade de seus filhos.

Urge fazer o trabalho de presidente, ir para o corpo-a-corpo junto aos congressistas, criar uma verdadeira e organizada base de apoio. Dizer que a culpa é da velha política e do “toma lá dá cá”, não cola mais, ele e sua trupe devem parar de terceirizar seu trabalho (mal feito), suas culpas e mostrar a que veio.

Sua política internacional causou constrangimentos e prejuízos, deve ser mudada. A gestão no Ministério da Educação está permeada de polêmicas e de idas e vindas, desnecessárias, precisa de um verdadeiro rumo. A falta de diálogo e capacidade de explicar um contingenciamento, recorrente em todas as gestões, causou um baita estrago em sua imagem.

Por fim, seus filhos tomam um poder desproporcional e irresponsável no governo e em suas decisões: anunciam o caos, defendem uma corrida armamentista (nuclear). Flávio não explica o milagre da multiplicação dos imóveis, dos lucros e, muito menos, o Queiroz.

Por mais dolorido que isso seja para um pai, Bolsonaro precisa afastar seus filhos do dia-a-dia do Planalto e legar a eles o papel democraticamente escolhido a cada um deles. Flávio, Eduardo e Carlos, devem cuidar de seus mandatos e funções como Senador, Deputado Federal e Vereador, respectivamente.

Não votei no Bolsonaro e, infelizmente, a cada dia que passa, mais tenho certeza que acertei. Tomara que o rumo da nau brasileira seja, o quanto antes, ajustado. Acontecer o melhor para o Brasil não me deixará chateado por queimar a língua.

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