A irresponsabilidade de Bolsonaro

A fala de Bolsonaro é leviana, irresponsável e populista.

Com sua prática usual de escolher o “inimigo da vez”, elegeu o preço dos combustíveis e culpados óbvios: os malvados políticos/governadores.

É óbvio que os impostos que pagamos são absurdos, ainda mais na composição do preço dos combustíveis, mas a proposta do presidente é rasa, tira do colo dele uma responsabilidade e coloca no colo dos governadores e joga pra galera.

Ele deveria saber que a maior parte da receita dos estados vem do ICMS e a boa parte desta receita é justamente do cobrado sobre o combustível. Claro que isso impacta diretamente no preço que pagamos ao abastecer nosso carro. Mas ninguém pode abrir mão de receita sem compensação.

Zerar o ICMS de maneira irresponsável, como defendeu Bolsonaro pode afetar diretamente serviços dos estados e municípios, atrasar o pagamento de salários e, por fim, fazer com que estes entes federativos descumpram a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Pior, o presidente ao sinalizar que zeraria também a CIDE e PIS/Cofins, também afetaria a arrecadação dos elos mais fracos da União: estados e municípios.

Ao invés de dar bravatas irresponsáveis, a ponto de o Ministro Paulo Guedes não querer comentar a declaração do Presidente, Bolsonaro deveria defender uma reestruturação geral do sistema tributário, ou seja, a Reforma Tributária que tanto precisamos e queremos.

Mas como a Reforma Tributária é complexa e exige esforço, deixa o problema para o Congresso e seus políticos resolverem, até porque parece que o presidente prefere bravatas ao trabalho. Táokei?

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